Friday, February 10, 2012

automobilismo - 1987, uma odisseia no automobilismo






Se tivesse que escolher uma época para acompanhar de perto o
automobilismo de ponta mundial, certamente essa seria o fim da década de
80. Se a pergunta fosse mais específica eu também não precisaria
refugar: 1987 estaria na ponta da língua. Acompanhe, veja e concorde por
que escolher esta data para representar o suprassumo da velocidade no
mundo.





Fórmula 1




Grid da Fórmula 1 era recheado de estrelas. Consegue identificar cada uma delas na foto?



Vivendo a conhecida, saudosa, insana e amada “era turbo”, a Fórmula 1 do
fim da década de 80 reunia grandes equipes, vários pilotos de ponta e
inúmeros times garageiros, que enchiam o paddock e faziam com que os
GP’s tivessem que ter até uma pré-classificação, tamanho o número de
carros inscritos.


Figurando nos boxes e na pista estavam pilotos da estirpe de Ayrton
Senna, Alain Prost, Nigel Mansell, Nelson Piquet, Gerhard Berger, René
Arnoux, Michele Alboreto entre outros. E mesmo no fundo do grid
apareciam equipes que os fanáticos pela Fórmula 1 nunca esquecem, como a
Minardi e a Zakspeed.





Impossível não se apaixonar por isso…




Acima: acidentes fortes marcaram o ano. Abaixo: até as equipes do fim do grid tinham charme



E ainda tinha um detalhe muito legal nesta época. Queria comprar um
carro de Fórmula 1? Fácil! Era só juntar dinheiro, porque a oferta era
explícita a todos…




Que tal comprar um F-1? Têm muitas opções de escolha!





Cart




Emerson Fittipaldi e Michael Andretti eram apenas duas estrelas na constelação da Cart



Opções de chassis e de motores, mesclagem de pistas, grandes equipes,
publico assíduo e pilotos de renome faziam da Cart uma categoria de
muito respeito no mundo. Michael e Mario Andretti, Al Unser Jr., Arie
Luyendyk, Rick Mears, Bobby Rahal e Emerson Fittipaldi faziam da Fórmula
Indy a segunda maior categoria de monopostos de 87.



F-3000




Largadas da categoria eram sempre cheias e com muita confusão. Moreno voou em 87



Categoria de acesso, funcionou como o último passo de um piloto rumo à
F1 até a metade da década de 90. Normalmente tinham arquibancadas
lotadas, e o público ia assistir corridas com o grid cheio em belas
pistas e autódromos. Quem pilotavam nesta época na categoria eram:
Stefano Modena, Roberto Moreno, Maurício Gugelmin, Luiz Perez Sala, Andy
Wallace, Marco Apicella, Gabriele Tarquini, Pierluigi Martini, Gregor
Foitek, Eliseo Salazar, Mark Blundell, entre outros.



F-3 Inglesa




Damon Hill lutou com unhas e dentes contra Johnny Herbert pelo campeonato



Carros rápidos e esguios com uma competitividade alta só podia dar um
resultado: sucesso. Ainda mais quando se tinha briga entre chassis,
motores e pilotos. Que tal escolher entre Reynard’s, Ralt’s ou Swallow’s
com motores VW, Alfa ou Toyota. E quando nos damos conta dos pilotos…
Damon Hill, Johnny Herbert, Bertrand Gachot, Martin Donnelly …



Mundial de Esporte Protótipos




O belíssimo Jaguar da Silk/Cut levou Raul Boesel ao título do Mundial



A FIA acertou em cheio nesta. O Mundial de Esporte Protótipos era uma
categoria que, mesmo não sendo de monopostos, rivalizava com a Fórmula 1
tanto no desempenho quanto nas máquinas e pilotos. Para se ter uma
noção da velocidade que esses carros chegavam, um Jaguar da TWR/Silk Cut
virava em Silverstone um tempo de volta igual aos carros com motores
aspirados da F-1. Fantástico!




Provas longas e duras maltratavam os carros em várias etapas pelo mundo



Pilotando máquinas da Jaguar, Porsche e Sauber-Mercedes, por exemplo,
estavam Eddie Cheever, Jonathan Palmer, Henri Pescarolo, Raul Boesel
(campeão da temporada), Derek Bell, John Watson, Klaus Ludwig, Mike
Thakwell, Jan Lammers, Jochen Mass, Hans Stuck, Mauro Baldi… E a lista
de circuitos então? Só o filé: Monza, Silverstone, Brands Hatch,
Nürburgring, Spa…



WRC




Saltar é com o Mundial de Rali. Beleza em cada pulo (e com o público colado!).



Mesmo que 87 não fizesse mais parte do famoso Grupo B do WRC, o Mundial
de Rali continuava com grandes máquinas e pilotos acelerando por
clássicos estágios mundo afora. Quem não queria ver Juha Kankkunen, Ari
Vatanen, Markku Allen e Hannu Mikola saltando e “entortando” Lancia’s,
Audi’s, Mitsubishi’s, Ford’s e Opel’s nas etapas de Monte Carlo, Kenya
Safari, Acropolis e 1000 Lagos na Finlândia?



FF-2000




Pneus estreitos e radiais faziam da Fórmula Ford uma categoria muito competitiva



Categoria de base para quem sobe do kart, a Fórmula Ford 2000 é uma
verdadeira escola para os monopostos, e em 1987 agregava pilotos do
naipe de J.J. Letho, Damon Hill e Derek Warwick. Não era fraca não,
hein?



NASCAR




Pelotão na Daytona 500 enquanto Earnhardt ainda nem tinha sua clássica pintura negra



A paixão pelos americanos pela NASCAR é indescritível. O público lota as
arquibancadas para ver as corridas, e em 87 isso não era diferente. Mas
também, ver pilotos como Dale Earnhardt, Richard Petty, Rusty Wallace,
Stirling Marling, Terry Labont, Rick Rudd e Darrell Waltrip não era para
qualquer categoria. E com uma grande vantagem: ao contrário de hoje, a
NASCAR e seus carburadores ainda não ostentava o tom arcaico deslocado
no tempo.



WTCC




Máxima categoria do turismo pelo mundo. Será que tinha muitos carros?



Muito melhor e mais importante do que é hoje, a primeira edição do
Mundial de Carros de Turismo (WTCC) agregava uma nata de pilotos e mais
de uma dezena de carros diferentes. Tudo isso espremido em um grid
abarrotado e em provas de longa duração.




BMW M3 aspirado contra um Alfa Romeo 75 Turbo. Vai com qual?



A lista de carros é de arrepiar qualquer careca. BMW M3 E30, Mercedes
190E Evolution, Alfa Romeo 75 Turbo, Ford Sierra RS Cosworth, Maserati
Biturbo, Holden Commodore… melhor parar por aqui.



DTM




DTM tinha casa cheia em todas as etapas. Grids também eram lotados



Outra categoria que bombava na Europa era a DTM, o campeonato alemão de
turismo. Com quatro anos de idade em 1987, atingiu um nível de
competitividade absurdo, mesmo sendo multimarcas. O título da temporada
só foi entregue após a última volta da última prova da temporada. Eric
van de Poele, Manuel Reuter e Marc Hessel se digladiaram em Salzburg.



IMSA




Clássicos Porsche 962 lado a lado com os belos GTO’s…



Uma espécie de Esporte Protótipos dos Estados Unidos, levava um grande
público aos circuitos ao longo de 21 etapas – e nada de oval. E uma das
coisas mais legais de se acompanhar era as quatro categorias que corriam
na mesma prova. Destaque especial para as especificações GTP e GTO, que
misturava protótipos como Porsche 962 e Jaguar XJR-7 e civis preparados
como o Toyota Celica GTO, Mazda RX-7,  Camaros, Mustangs e Corvettes
preparados. Animal!



F-3 de países




Jean Alesi na época que ainda corria em casa na Fórmula 3 Francesa



Além da renomada F-3 Britânica, que costumava aglomerar astros de países
europeus e latinos, as F-3 regionais eram campeonatos acirradíssimos e
que mostravam para o mundo grandes talentos. Em 1987 podíamos ver uma
disputa na F-3 francesa entre Eric Comas, Jean Alesi e Eric Bernard,
enquanto na F-3 alemã Bernd Schneider botava pra quebrar.



Dakar




Mestre Vatanen venceu de forma brilhante o Dakar de 87 com um carro do Grupo B



Sem um Mundial de Rali para os carros do Grupo B, o Paris Dakar de 1987
adotou alguns modelos do extinto campeonato. Resultado? Um viagem da
França até o Senegal a bordo das máquinas mais legais do mundo. Méritos
para Ari Vatanen, que a bordo de um ‘Peg’ 205 T16 foi o grande campeão.
Hoje você imagina um “compacto” desses vencendo o Dakar?



Brasil: Brasileiro de Marcas, Rali de Velocidade, Fórmula Ford, Fórmula 3 Sul-Americano…




Ford Escort Turbo arrepiava no Brasil



No Brasil o Campeonato de Marcas e Pilotos bombava. Eram grids cheios e
com carros como o Fiat Uno e o Ford Escort andando na base do turbo, com
suspensão e mecânica trabahadas por dedicada equipes de box. Eram
espirradas e ultrapassagens uma atrás da outra, e o que é melhor: com
uma clara e próxima imagem em relação aos nossos carros daqueles duros
dias.


Foi também em 87 que a Stock Car começava a mudar mais radicalmente.
No chassi do Opala, eram inseridos carrocerias mais aerodinâmicas que o
deixavam com um ar muito mais agressivo e até parecido com os bólidos da
NASCAR de anos atrás.


E foi neste ano que uma importante categoria de monopostos foi criado
no Brasil. A Fórmula 3 Sul-Americana vinha para formar campeões como
Fittipaldi, Zonta, Junqueira, Piquet, Razia, entre outros.




Fórmula Ford também tinha grids lotados



A Fórmula Ford continuava  formar jovens pilotos, mas com um ar de menos
importância do que a F-3, e se tornava uma espécie de meio termo depois
do kart.


No off-road, o Brasil também era bem servido, tendo seu próprio
campeonato de velocidade homologado pela FIA, como também sendo o país
sede de várias etapas do Sul-Americano.



Plus: Mundial de Motovelocidade




Randy Mamola acelerando no GP do Japão da categoria 500cc



Mesmo o assunto só tangendo a esfera do automobilismo, não posso deixar
de comentar sobre o mundial de motovelocidade, que reunia pilotos de
nome como Wayne Gardner, Randy Mamola e Eddie Lawson.


E uma das coisas mais legais de se fazer é pegar e poder ver todas as
categorias citadas acima e acompanhar como foi cada campeonato em
publicações que tinham extensos e detalhados textos sobre cada prova de
cada campeonato. Deus salve a Autosport!




E olha que essas são só de 1987…



Mas depois de ver tudo o que a temporada automobilística de 1987
oferecia, vocês ou corroboram minha opinião ou escolhem outro durante o
ano? Deixe sua opinião nos comentários.



Fonte: jalopnik.

Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br

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